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Pré-história

Introdução


    O termo pré-história vêm sendo alvo de discussões pelos historiadores, contrapondo a visão positivista e tradicional elaborada no decorrer do século XIX (separando pré-história de História), tendo como base que a História deveria ser produzida por intermédio de documentos oficiais.
  Assim sendo, a designação: pré-história remete-se a impressão de ser apenas um "ensaio", isto é, sendo considerada uma civilização irracional, retrógrada, anulada como integrante da História (pela ausência da escrita).
 Todavia, os grupos humanos pré-históricos conceberam vestígios de sua existência, sendo estes da cultura material ou até mesmo suas produções artísticas, no qual destaca-se a arte rupestre.
 A arte rupestre eram representações reproduzidas nas paredes das cavernas e retratavam situações cotidianas, familiares, de caça ou até mesmo emoções. De modo que,  pigmentos de plantas, sangue de animais e demais matérias primas eram utilizados para colocá-las em vigor.
 Partindo desse pressuposto, outro item desenvolvido na época foi a cerâmica, fundamental para a confecção de potes e conserva de alimentos, o que ocasionou o crescimento demográfico, visto que os alimentos não eram mais consumidos crus.
  Isto posto, o período da pré-história traz consigo experiências e técnicas que não podem ser descartadas como parte do desenvolvimento humano, fundamentais para difusão do conhecimento sobre os vestígios deixados por nossos antepassados.



Paleolítico   
(4 milhões de anos até 10.000 a.C - aproximadamente)


     Os seres humanos que vivenciaram esse período tinham como uma das características sua subsistência, sobreviventes por meio da coleta de frutos, sementes, caça e pesca, como também produção de ferramentas de trabalho à partir da Pedra Lascada (sendo o período também conhecido por Idade da Pedra Lascada por suas práticas).
   Outra característica seria o nomadismo, isto é,  não possuíam moradia fixa, constantemente buscavam meios para subsistir, muitas vezes se refugiando nas cavernas para se abrigar das situações climáticas, e partindo desse viés  sendo denominados como "homens das cavernas".
  Durante o final do período Paleolítico, foi posto em prática o desenvolvimento do uso do fogo, para tais práticas: aquecimento, proteção e cozimento de alimentos. Outros fatores foram as criações de vestimentas à partir das peles de animais e as produções artísticas com a arte rupestre.

Neolítico
(10.000  à 5.000 a.C. - aproximadamente)

   No decorrer do período, os seres humanos desenvolveram a prática da agricultura, fundamental para o crescimento populacional.       Outra prática destinava-se a domesticação de animais (cabras, porcos, bois e aves), proporcionando um aumento significativo na quantidade da produção de alimentos. 
  Deste modo, as práticas de agricultura e domesticação de animais modificaram os seres humanos de nômades para sedentários, ou seja, com moradia fixa. Tal fator condicionou o surgimento das primeiras aldeias, vivendo às margens dos rios e desenvolvendo a prática da irrigação. Outra contribuição da época foi a arte cerâmica, no qual possibilitou o armazenamento de alimentos.
   Assim sendo, ocorreram também as divisões das tarefas, os homens encarregados da caça, pesca e segurança e mulheres com cuidados dos filhos, agricultura e preparo de alimentos.De modo geral, neste período também ocorreram práticas religiosas, culturais e artesanais.

Idade dos Metais
(6.000 à 4.000 a.C aproximadamente)

   A Idade dos Metais corresponde ao desenvolvimento da metalurgia, podendo também mencionar as trocas comerciais e primeiras cidades. Esse período também é compreendido numa subdivisão em três: Idade Cobre, Bronze e Ferro.
  Deste modo, a Idade do Cobre tem como matéria prima o uso do Cobre para produção de ferramentas e armamento, sendo o ponto inicial da Idade dos Metais, o que posteriormente com o aperfeiçoamento de novos materiais e técnicas, têm a proveniência de um novo grupo social, os artesãos.
  O período que sucede é do Bronze, oriundo de uma liga metálica de cobre com estanho, sendo desenvolvido por técnicas complexas.  De modo que, o cobre e o estanho eram difíceis de se localizar em jazidas, sendo bastante valorizados.
  Consequentemente, há a descoberta do ferro, sendo mais abundante, maleável e tendo maior durabilidade, o que passou a ser dominante na produção de ferramentas, armas e utensílios, substituindo o bronze.


Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. A Arqueologia no Brasil e no mundo: origens, problemáticas e tendências. Cienc. Cult. 
PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.



Vídeo: Pré-história

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